Banrisul provoca ao só dizer NÃO e bancários marcam mobilização para sexta

Fim das metas abusivas e mais empregos estão entre as reivindicações

Os representantes da diretoria do Banrisul na terceira mesa de negociação com o Comando Nacional dos Banrisulenses, nesta quarta-feira (23), repetiram aquilo que fizeram nas outras duas reuniões. Tentaram cevar dirigentes sindicais, reclamando do contexto de crise, trouxeram argumentos sobre os limites financeiros do Banrisul e, em muitos momentos, utilizaram um tom de provocação. Toda essa conversa para, durante três horas, no Auditório da Casa dos Bancários, dizer NÃO, NÃO E NÃO, à nossa pauta de reivindicações.

Depois de repetir a palavra NÃO para as reivindicações das cláusulas de valorização profissional, prêmios e auxílios e democratização do banco e trabalho de terceiros, o Banco não deixou outra alternativa aos Banrisulenses do que ampliar a mobilização e construir a greve. Chegou a hora de o Banrisulenses mostrar que está disposto a defender o Banrisul e partir com tudo para a mobilização.

A frase que resume o contexto das negativas do banco deve ser entendida a partir de como os representantes da diretoria pintam o cenário. Segundo Superintendente Executivo da Unidade de Gestão de Pessoas, Gaspar Saikoski, vivemos um “cenário desgraçado”, sem perspectivas de melhoras. “Não vamos avançar além do que temos hoje. Já praticamos um nível de gratificação e remuneração acima da média. Não vamos avançar”, repetiu Gaspar.

De “não vamos avançar” em “não vamos avançar”, de “cenário desgraçado” em “cenário desgraçado”, os Banrisulenses não podem esperar. Diante do discurso de crise na mesa, tarifaços e de precarização do banco (a redução do número de caixas e aumento de filas é apenas um exemplo prático disso), só restará aos trabalhadores do banco público dos gaúchos a greve para avançar.

E o primeiro ato da construção da greve dos Banrisulenses será nesta sexta-feira, 25/9. A partir das 11h, com concentração na Praça da Alfândega, em frente à Agência Central do Banrisul, no Centro Histórico de Porto Alegre.

“O Banrisul disse que vai esperar a proposta da Fenaban (sexta, 25/9) para avaliar se pode ou não fazer uma proposta. Até agora não houve nenhuma garantia de atendimento a qualquer cláusula econômica. Nem nas cláusulas que não envolvem dinheiro, há disposição para sinalizar avanço. O Banco não se dispõe a conversar sobre estabelecer critérios de promoção. Não fala em valorizar a PLR. E ainda por cima vem com ameaças sobre as dificuldades do Estado. Os resultados estão aí para mostrar. Todos os bancos lucraram muito com esta crise. O lucro do Banrisul cresceu mais de 60% no primeiro semestre. O Banco está levando os Banrisulenses à greve”, destacou o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis.

“A Fenaban deve consultar vocês. Quando vocês dizem que vão esperar a Fenaban, não acredito que vocês não saibam nada de proposta. Há questões que vamos ter que avançar antes da greve ou durante a greve. Não acredito que vocês não tenham feito simulações para prever o impacto do índice da nossa pauta nacional de reivindicações”, disse o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha Rocha.

“O banco precisa é de mais caixas nas agências. Porque tem agência que, em dia de 40 graus de calor, está com ar-condicionado desligado. A GMD não pode fazer o banco queimar o filme com a população”, defendeu a diretora de comunicação do Sindicato, Ana Guimaraens.

“O banco tem que ter critérios claros de avaliação, análise de perfil para poder realizar um processo de seleção interna realmente representantivo e democrático. Nós entendemos que o Plano de Carreira ajudaria muito nisso, mas vocês não aceitam nem discutir. Plataformistas, Operadores de Negócios (ONs,), colegas da TI, os escriturários, call-cenrer, todos nós, Banrisulenses, precisamos de proteção e sermos valorizados. Vocês falam o tempo todo em crise e não estão demonstrando interesse em atacar esta crise. Valorizar os funcionários é a melhor maneira de motivar e enfrentar qualquer crise”, avaliou a diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa.

Entre as reivindicações específicas do Banrisul, estão:
Fim das metas abusivas.
Retorno das férias antiguidade.
Mais contratações.
Não às terceirizações.
Retorno do anuênio.
Novo Plano de Carreira.
Fim do achatamento na carreira e cortes de letras.
Fim da redução do número de caixas na GMD e dos ONs pela nova resolução.
PLR Banrisul de 4% sobre o lucro líquido e distribuição linear.

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