Banpará se esquiva da negociação e empurra funcionários para a greve

O Banpará foi para a mesa de negociação com as entidades sindicais na segunda-feira (9) sem nenhuma disposição para discutir a minuta de reivindicações específica de seus trabalhadores, tendo em vista não ter apresentado nada de novidade em relação ao que já foi debatido nas duas rodadas anteriores.

A maior crítica do Sindicato dos Bancários do Pará, da Contraf-CUT e da Fetec-CUT/CN a essa terceira rodada específica é em relação à falta de comprometimento do Banpará em cumprir com o que é registrado em ata.

Exemplo disso foi a não apresentação da tabela salarial do PCS para iniciar o debate sobre a reestruturação do mesmo. As entidades sindicais cobraram mais uma vez os dados, assim como respostas para as demais reivindicações que não foram debatidas na reunião anterior.

Em relação aos itens da minuta que foram debatidos na reunião, as entidades também não ouviram nenhuma resposta concreta.

Confira o que esteve em discussão na terceira rodada de negociação:

Artigo 19 (incorporação de 10% da comissão) – O banco disse que irá avaliar essa possibilidade para os funcionários com 10 anos em função comissionada, garantindo direito adquirido reivindicado pelos trabalhadores;

Artigo 25 (auxílio aluguel) – O banco diz que a reivindicação já é praticada, pois a instituição garante o auxílio por 36 meses. As entidades reivindicam a garantia do auxílio pelo tempo que o bancário ou bancária necessitar a serviço do banco;

Artigo 27 (abono atividade física) – O banco diz apenas que será reajustado pelo índice da Fenaban;

Artigo 37 (garantia no emprego) – O banco alega que não demite ninguém de forma arbitrária, o que foi contestado e criticado pelas entidades, que apresentaram casos da existência dessa prática no banco, o que fere o direito da estabilidade de todo trabalhador e trabalhadora aprovada em concurso público;

Artigo 38 (garantia contra dispensa imotivada) – O banco disse apenas que irá debater na próxima reunião;

Artigo 41 (destituição de assediador) – O banco sustenta que tem programa de combate ao assédio moral e que não há necessidade de manter a cláusula. As entidades defendem a manutenção da cláusula como está na minuta;

Artigo 42 (ampliação do período de amamentação para 24 meses) – O banco diz que a Lei garante 6 meses de afastamento para amamentação, mas a instituição garante prazo maior, que é 1 ano e 3 meses, e que isso não será alterado;

Artigo 53 (terapia holística) – O Banpará afirmou em mesa que teve avanço em relação a esse artigo da minuta dos trabalhadores, tendo em vista o crescimento do número de funcionários que praticam esse tipo de terapia.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, o fato de o Banpará se esquivar da negociação somente empurra a categoria para uma greve por tempo indeterminado.

“O Banpará continua se omitindo do debate de questões centrais para o seu funcionalismo, como o retorno do tíquete extra, a reestruturação do PCS, a contratação de mais funcionários, a reforma estrutural de todas as agências, dentre outras demandas. Se as mesas continuarem sem avanços, com certeza o funcionalismo do Banpará está preparado para construir mais uma forte greve em defesa de seus direitos”, afirma Rosalina.

A próxima rodada com o Banpará está marcada para esta quarta-feira (11).

Além de Rosalina, representaram os trabalhadores a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves, o secretário de relações de trabalho da Contraf-CUT, Adílson Barros, a diretora da Fetec Centro Norte e funcionária do Banpará, Vera Paoloni, a presidenta da Afbepa, Kátia Furtado, a advogada do Sindicato, Mary Cohen e o advogado da Afbepa, Márcio Tuma.

Pelo Banpará estiveram presentes a diretora da DIRAD, Márcia Miranda, e a assessora jurídica Vera Morgado.

PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES NO BANPARÁ

> O retorno do pagamento do Tíquete Extra
> Reforma estrutural em todas as agências
> Reestruturação do PCS
> Contratação de mais funcionários
> PLR Linear
> Aumento da gratificação para coordenadores de caixa e funcionários do SAC
> Reajuste da gratificação de todas as comissões
> Imediata efetivação nas funções
> Garantia contra dispensa imotivada
> Regras para descomissionamento
> Inclusão de ascendentes no Plano de Saúde

PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES GERAIS DOS BANCÁRIOS

> Reajuste salarial de 11,93%, composto de 5% de aumento real, além da inflação do período.
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

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