Banese expande emissão de cartões de crédito para outros estados

Valor Econômico
Murillo Camarotto

O Banco do Estado de Sergipe (Banese) se aproximou em 2010 da marca de 500 mil cartões de crédito emitidos. Com a meta de atingir 1 milhão de plásticos nos próximos anos, a instituição estadual está apostando suas fichas nas classes D e E, ainda com presença discreta nesse mercado. A estratégia também prevê a transposição das fronteiras de Sergipe, com vistas aos mercados da Bahia e de Alagoas, inicialmente.

O plano de expansão geográfica ganhou fôlego com o fim da exclusividade de Cielo e Redecard para o processamento de compras com cartão. Isso porque o Banese Card é um plástico de bandeira própria, que antes das novas regras só era aceito em estabelecimentos credenciados pelo banco. Como hoje a maioria das máquinas aceita todas as bandeiras, ficou mais fácil para o Banese vender seu cartão além das fronteiras de Sergipe.

O banco fechou o ano passado com 449,7 mil cartões Banese Card, alta de 13,3% em relação ao exercício anterior. O número de estabelecimentos credenciados estava em 17,4 mil. A isenção de anuidade e a possibilidade de parcelamento em até dez vezes são os principais atrativos do plástico para as classes de menor renda, segundo informou o presidente do Banese, Saumíneo Nascimento.

O banco fechou 2010 com lucro líquido de R$ 54,5 milhões, crescimento de 39,4% em relação ao exercício anterior, quando o ganho somou R$ 39,1 milhões. A expansão da carteira de crédito, sobretudo no segmento de pessoas físicas, foi a grande responsável pelos resultados, diz o executivo.

As operações de créditos somaram R$ 1,15 bilhão em 2010, cifra que supera em 48% o desempenho verificado um ano antes. A carteira de pessoas físicas foi a mais representativa, com R$ 618 milhões, alta de 46,7% em um ano. Em seguida apareceram as empresas, com crescimento de 53,4% e R$ 332,8 milhões contratados. Os empréstimos para os setores industrial, de agronegócios e imobiliário somaram, juntos, R$ 199 milhões.

Conforme o presidente, o crescimento expressivo do crédito reflete a maior capacidade do banco em atender a crescente demanda em Sergipe. Na esteira de uma estratégia remodelada de expansão das operações, o Banese vem tomando uma série de medidas para ganhar espaço no mercado, tais como redução de taxas de juros e parcerias com entidades empresariais visando a oferta de soluções financeiras.

“Nós reduzimos os juros cobrados nas operações de capital de giro das empresas fornecedoras do Estado, por exemplo. Também criamos linhas específicas aqui em Sergipe, como uma para a modernização dos cartórios e outra para que as empresas do setor cerâmico se adaptem à legislação ambiental”, explicou Saumíneo. “Isso tem nos ajudado a aproveitar as janelas de oportunidade que estão surgindo”, completou.

As operações vencidas há mais de 60 dias representaram 0,9% da carteira total em 2010, contra 1,3% registrado um ano antes. Dos cerca de 500 mil clientes do banco, algo em torno de 20% são funcionários públicos estaduais e municipais. Em 2011, quando completa 50 anos, o Banese quer ao menos repetir o crescimento do crédito verificado no ano passado.

Os ativos da instituição somavam R$ 2,6 bilhões ao final de 2010, alta de 14,8% sobre 2009. O patrimônio líquido avançou 19,3%, para R$ 177,3 milhões. O banco tem hoje 61 agências e 338 pontos de atendimento em Sergipe.

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