Bancos dos EUA pagam US$ 45 bi a fundo de seguro

Valor Econômico
Sarah O’Connor e Joanna Chung

Os bancos dos Estados Unidos terão de depositar taxas adiantadas de US$ 45 bilhões no exaurido fundo de seguro de depósitos, sob um plano apresentado ontem e que visa evitar que o rombo venha a ser coberto com dinheiro dos contribuintes americanos. A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) propôs o plano para restabelecer seus ativos líquidos que, segundo ela, poderão acabar no começo do ano que vem, uma vez que bancos continuam quebrando.

Funcionários da FDIC disseram que o custo das falências bancárias entre 2009 e 2013 será de cerca de US$ 100 bilhões, comparado a uma estimativa de US$ 70 bilhões feita em maio. A maior parte das falências é esperada para este ano e o próximo. Sheila Blair, preside da FDIC, observou que o fundo não corre o risco de ficar sem dinheiro porque tem uma linha de crédito de contingência junto ao Tesouro americano de até US$ 500 bilhões. Mas ela prefere não usá-la.

“Acho que há um certo reconhecimento de que… todo mundo está cansado de ajuda e precisa se livrar do apoio do governo, e não entrar mais nele”, disse ela. “Acredito ser esse um bom equilíbrio por ele pede ao setor que se antecipe.”

A FDIC cobrou taxa emergencial de US$ 5,6 bilhões dos bancos este ano, mas o setor vem fazendo um looby intenso contra a cobrança de mais recursos, sob o argumento de que isso esgotaria o capital dos bancos, que já passam dificuldades por causa da recessão.

O plano anunciado ontem evitaria outro golpe isolado porque os bancos não teriam que reconhecer as despesas em seus balanços até o trimestre em que elas de fato fossem lançadas. Exceções também seriam concedidas aos bancos que pudessem ser ameaçados pelo pré-pagamento.

John Dugan, um membro do conselho de administração da FDIC e Controlador da Moeda dos Estados Unidos, disse apoiar a proposta “ponderada” .

O único ponto ruim, disse ele, é que o dinheiro fornecido à FDIC não seria usado pelo setor bancário na concessão de empréstimos. “Isso provavelmente não terá um efeito material sobre a disponibilidade de crédito, mas eu acho que é uma questão importante”, afirmou ele.

O plano, que está aberto para consultas por 30 dias, foi bem-recebido pelo setor bancário. “É muito dinheiro, mas é muito melhor que o choque de outra avaliação especial”, disse James Chessen, principal economista da American Bankers Association. O fundo, que segura até US$ 250 mil por depositante em todos os bancos americanos, hoje está em US$ 10,4 bilhões, o menor nível desde o pico da crise das instituições de poupança e empréstimos em 1993. Noventa e cinco bancos já quebraram este ano nos EUA.

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