Banco do Vaticano é suspeito de lavagem de dinheiro, diz jornal italiano

O Instituto para as Obras Religiosas (IOR), também conhecido como Banco do Vaticano, está sendo investigado pela Justiça italiana por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro, de acordo com o jornal “La Repubblica”.

O jornal afirma que as autoridades investigam um grupo de pessoas que tem residência na Itália e que estaria usando uma conta-corrente no Banco do Vaticano como uma forma de encobrir crimes como fraude e evasão fiscal.

O principal alvo da investigação é uma conta aberta em 2004 em uma filial do Banca di Roma (hoje Unicredit), identificada apenas como IOR. Por essa conta, teriam circulado 180 milhões de euros em dois anos sem que se saiba a identidade dos responsáveis pelas transações.
Segundo o “La Repubblica”, dez bancos italianos estão envolvidos no caso, entre eles os poderosos Intesa San Paolo e Unicredit.

O Banco do Vaticano, que administra as contas de diversas ordens religiosas, assim como de associações católicas, é uma instituição da Igreja Católica que se beneficia da extraterritorialidade, já que se encontra na Cidade do Vaticano e não se rege pelas normas financeiras vigentes na Itália.

Como a Justiça italiana não pode interferir no banco, a saída é um pedido internacional para identificar as instituições e as pessoas que foram beneficiadas com as operações financeiras e saber se o dinheiro entrou ilegalmente na Itália.

O Banco do Vaticano esteve envolvido em um escândalo político-financeiro na década de 80, pela quebra, em 1982, do Banco Ambrosiano (do qual o Vaticano era o principal acionista).

O banqueiro Angelo Caloia, que deixou a instituição no ano passado, foi encarregado por João Paulo 2º, em 1989, de colocar em ordem a administração do banco após o escândalo do Ambrosiano, o que permitiu descobrir as ações do monsenhor americano Paul Marcinkus, que comandou o Banco do Vaticano por 18 anos, em um período marcado por suspeitas como envolvimento com a máfia e com lavagem de dinheiro.

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