Banco do Brasil quer que funcionário pague por exame periódico de saúde

O Banco do Brasil está repassando aos seus funcionários os custos de procedimentos exigidos no Exame Periódico de Saúde (EPS), que é obrigação do banco. Os trabalhadores têm sido obrigados a bancar transporte e outros custos para realizar exames complementares ao EPS em cidades distantes de sua região. O problema é decorrência da deficiência da Cassi e de sua rede credenciada, especialmente nas cidades do interior.

A caixa de assistência possui um contrato com o BB para a realização do Programa de Controle Médico e de Saúde-Ocupacional (PCMSO), que prevê que a Cassi prestará serviços de Programa e Atendimento a Vítimas de Assaltos e Sequestros (PAVAS) e Exame Periódico de Saúde, entre outros.

O problema é que funcionários têm sido encaminhados para cidades-pólo da região em que trabalham para a realização de exames complementares solicitados ou incluídos. Estes funcionários estão arcando com as despesas de transporte e alimentação sob argumentação de que isso não está previsto no contrato. Isto porque a rede credenciada da Cassi não possui médicos ou clínicas capacitadas para a realização dos exames na cidade de origem destes trabalhadores.

“O banco que tanto alardeia responsabilidade social e que, com a posse do novo presidente, afirmou que valorizaria o funcionário mais uma vez demonstra que nada mudou e que entre a palavra e o gesto a distância continua abissal”, afirma Marcel Barros, secretário geral da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos funcionários do BB (CEBB). “Não se tem notícia de que em tempos outros funcionários precisassem pagar para que o banco cumprisse com suas obrigações. Transferir despesas para o funcionalismo deve ser uma das razões pelas quais o lucro do banco continua alto”, acrescenta.

Obrigação do banco

Um exemplo dessa situação é relatado pelo diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e funcionário do BB Bosco Mota. Segundo ele, trabalhadores de cidades do interior do estado têm sido encaminhados para realizar exames em Fortaleza. “Algumas dessas cidades estão a até 200 km da capital. Há casos de bancários que gastaram até R$ 200 em passagens, alimentação ou hospedagem”, afirma. “Entendemos que é uma obrigação do banco ressarcir esses gastos, mas a empresa se recusa”, acrescenta.

Segundo ele, em discussões com o BB, os representantes do banco afirmam que irão resolver os “casos pontuais” que venha a acontecer. “Não se trata apenas de uma questão pontual. O banco não está dando condições para que os bancários façam o exame, especialmente fora dos grandes centros”, diz.

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