Bancários paralisam contra dispensas no Santander em Rio Grande

Os bancários realizam nesta terça-feira (18) um dia nacional de luta contra as demissões em massa no Santander. Em Rio Grande, a agência do banco no Calçadão, onde houve demissão, teve sua abertura retardada em uma hora para apresentar aos colegas, clientes e usuários a dura realidade enfrentada pelos trabalhadores do banco em todo país.

Uma carta aberta está sendo entregue aos clientes e usuários do banco, denunciando as dispensas e pedindo apoio e solidariedade para a luta dos bancários, visando suspender as demissões, a exemplo da liminar concedida pelo TRT-SP no último dia 6 ao Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A instituição desligou 1.280 empregados nos primeiros dias de dezembro em todo país. A lista foi enviada na última sexta-feira (14) pelos advogados do banco para a Contraf-CUT, após determinação feita pela procuradora regional do Trabalho da 10ª Região do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ana Cristina Tostes Ribeiro, durante audiência de mediação realizada na quarta-feira (12), em Brasília.

“Esse número confirma que se trata de demissões em massa”, avalia Ademir Wiederkehr, funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT. “O número só não é maior por causa das denúncias, dos protestos e da mobilização das entidades sindicais em todo país”, salienta o dirigente sindical.

Segundo os sindicatos, entre os desligados há funcionários com mais de 10, 20 e 30 anos de casa, muitos próximos da aposentadoria, o que caracteriza uma prática discriminatória com os mais antigos de banco. Além disso, vários desligados são gerentes e, portanto, com maiores salários, mostrando que, com as demissões, o objetivo é continuar fazendo rotatividade para reduzir ainda mais os custos e aumentar os lucros para remessa à Espanha.

“As demissões realizadas pelo Santander aconteceram sem qualquer discussão prévia com o movimento sindical e sem nenhuma justificativa, sobretudo diante do lucro gerencial de R$ 4,7 bilhões até setembro, que representa 26% do resultado mundial do banco”, explica Ademir.

Conforme análise do Dieese, 1.216 dos 1.280 foram demitidos sem justa causa, o que significa 95% dos casos. “Cobramos a reversão das dispensas, o fim da rotatividade, mais contratações e melhores condições de saúde, segurança e trabalho”, defende Ademir.

A Contraf-CUT enviou na segunda-feira (17) documento ao MPT sobre a lista de desligados e acerca das informações prestadas mensalmente pelo banco ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) referentes aos anos de 2011 e 2012, conforme determinação da procuradora. “Aguardamos posicionamento do MPT”, destaca o dirigente sindical.

Ministério do Trabalho e Emprego

A Contraf-CUT também espera resposta do Santander para a proposta feita pelo secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias, durante audiência com a Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de São Paulo na última quinta-feira (13), em Brasília. Ele propôs a suspensão das demissões efetuadas em dezembro, conforme liminar concedida no TRT-SP, e a abertura de um processo de diálogo e negociação coletiva, resguardando as medidas já tomadas pelas entidades sindicais.

Messias salientou o esforço do MTE para combater a rotatividade, reafirmado o compromisso assumido pelo ministro Brizola Neto, por ocasião da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida em julho, em Curitiba. O Ministério ficou de convocar nova audiência entre as partes, logo após a resposta do Santander.

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