Bancários em greve abraçam Banco da Amazônia e cobram negociações

Funcionários pediram também saída do presidente Valmir Rossi

Há pouco mais de um ano, com a posse do atual presidente do Banco da Amazônia, Valmir Rossi, bancários e bancárias esperavam ansiosos por dias melhores na instituição, mas não precisou passar um mês com a nova direção no comando para que o funcionalismo e entidades sindicais percebessem que de bom mesmo a nova presidência não trouxe nada, pelo contrário, foi capaz de piorar o que já não ia bem.

Exemplo disso é a greve dos empregados e empregadas que nesta terça-feira (14) completa 15 dias marcados pela intransigência e intimidação por parte da direção que instalou câmeras e contratou uma produtora terceirizada para registrar o dia-a-dia da greve, além de instaurar dissídio coletivo.

Em resposta, bancários e bancárias pediram a saída de Valmir Rossi da presidência do banco e abraçaram a matriz do Banco da Amazônia, onde se concentra a maior parte dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa que diariamente dá duro para cumprir a missão do banco que é de fomento da região Amazônica.

“Há 5 anos atrás fizemos um ato semelhante pedindo a saída do ex-presidente, Abdias Junior, e hoje a cena se repete. Infelizmente a direção do Banco da Amazônia vem dando um mau exemplo de desrespeito para com seus trabalhadores e trabalhadoras empurrando mais uma vez a greve para dissídio coletivo, intimidando e assediando seus empregados”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

O ato contou com o apoio e a solidariedade de dirigentes da Fetec-CUT/CN, Sindicato dos Bancários do Maranhão, Amazonas, Capaf, Aeba, Associação dos Aposentados e Pensionistas do Banco da Amazônia, da Casf e dirigentes sindicais de outros bancos privados e públicos, que servem de referência nas tabelas salariais que o funcionalismo do Banco da Amazônia almeja.

“A defasagem salarial de um técnico bancário do Banco da Amazônia é de 27% comparado com o técnico do Banco do Brasil, quando se trata de nível superior a diferença entre os dois bancos públicos ultrapassa os 50%. Queremos melhores salários, respeito e dignidade”, declarou o vice-presidente do Sindicato e empregado do Banco da Amazônia, Marco Aurélio Vaz.

O vice-presidente da Fetec-CUT/CN que também é empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade, lembrou que o funcionalismo do banco sempre passou por momento difíceis. “O banco geriu mal a Capaf, retirou o patrocínio da Casf, na década de 90 fomos ameaçados com a possibilidade de privatização. Enfim momentos que não serão esquecidos por um funcionalismo que até enfrenta dificuldades, que quase sempre é o último a sair da greve por causa da intransigência da presidência que tenta de todas as formas tirar as nossas forças em lutar por melhores salários, por valorização. Nós não vamos recuar e contamos com a adesão de mais bancários e bancárias para fortalecermos ainda mais essa greve”.

Enquanto o Banco da Amazônia corre atrás de enfraquecer o movimento, as entidades sindicais estiveram reunidas nesta segunda-feira (13) para elaborar um ofício com propostas mínimas para a retomada da mesa de negociação específica sem interferência do TST.

“O documento já foi oficializado ao banco e aguardamos respostas. Deixamos claro mais uma vez que direitos já garantidos em acordo não se retiram, afinal queremos avanços e não retrocessos. Queremos a retomada das negociações específicas e não câmeras nos filmando como se fôssemos criminosos, estamos apenas lutando por melhorias e fazer greve está garantido em lei, é direito do trabalhador, e contra o assédio moral e intransigência enterramos de forma simbólica a presidência do banco”, finalizou o diretor jurídico do Sindicato e empregado do Banco da Amazônia, Cristiano Moreno.

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