Bancários e vigilantes exigem apuração e punição do abuso policial no Guará

Dirigentes sindicais entregaram documento à Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), na Polícia Federal (PF), assinada pelas entidades representativas de vigilantes e bancários, pedindo a apuração dos fatos ocorridos na última sexta-feira (4), quando “um agente do Departamento de Operações Especiais (DOE) da Polícia Civil causou grande confusão e constrangimento em uma agência bancária do Itaú, na QE 26 do Guará II”.

No documento entregue nesta terça (8) ao coordenador da CCASP, delegado Adelar Anderle, as entidades pedem ainda que “a responsabilização dos culpados seja feita da maneira mais ágil e firme possível”.

A nota descreve os acontecimentos em que o agente policial, recusando-se a apresentar identificação conforme portaria da Polícia Federal, foi impedido de entrar armado na agência. Com truculência, o agente quebrou a porta giratória, invadiu a agência e prendeu dois vigilantes e a gerente.

Ao entregar a nota, no final da 86ª reunião da CCASP, o diretor da Fetec-CUT Centro-Norte, Matuzalém Silva de Albuquerque, fez questão de afirmar que “a atitude truculenta do policial provocou riscos à segurança de trabalhadores e clientes do banco”.

O presidente da CNTV, José Boaventura Santos, ao comentar o lamentável fato, lembrou da necessidade de esforços dos órgãos responsáveis para conscientização de policiais civis e militares sobre os procedimentos para a segurança bancária.

Para o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, “a iniciativa é muito importante, pois é inadmissível que muitos policiais, apesar da orientação clara da Polícia Federal, ainda se neguem a se identificar antes de entrar numa agência”.

Anderle assumiu o compromisso de participar, com as entidades representativas dos vigilantes e bancários, de audiência que será agendada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília com a Secretaria de Segurança Pública do DF para tratar desse caso.

Veja a íntegra do documento:

Nota das entidades representativas dos bancários e vigilantes à CGCSP/CCASP

Na manhã do dia 04/06, por volta de meio-dia, um agente do Departamento de Operações Especiais (DOE) da Polícia Civil causou grande confusão e constrangimento em uma agência bancária do Itaú, na QE 26 do Guará II.

Ao tentar entrar na agência, o agente foi parado pelo alarme de detecção de metais da porta giratória da agência. O vigilante da agência, em cumprimento ao disposto em portaria editada pela Delegacia de Controle de Segurança Privada (DELESP) da Polícia Federal, e percebendo que o indivíduo estava armado, pediu a identificação do mesmo, informação que o agente se negou a fornecer. O vigilante então chamou a gerente da agência, que reiterou o pedido, recebendo nova negativa por parte do agente.

A gerente disse que entraria em contato com a área de segurança do banco, mas antes que ela o fizesse, o policial quebrou a porta giratória da agência e invadiu a agência, prendendo arbitrariamente o vigilante e a gerente, além de um segundo vigilante que fazia imagens da ação com um celular.

Como representantes das categorias dos bancários e dos vigilantes, as entidades que subscrevem esta nota pedem que a apuração dos fatos e a responsabilização dos culpados seja feita da maneira mais ágil e firme possível. Deixamos aos cuidados do CGCSP/CCASP, na figura do Dr. Adelar Anderle o encaminhamento das medidas cabíveis.

Entendemos que a conduta dos agentes, além de não condizer com a dignidade do exercício de cargo público, configura um grave desrespeito à integridade física e moral dos cidadãos presentes no ocorrido e especialmente dos trabalhadores que participaram do episódio.

Subscrevem esta nota:

CNTV – Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes
Sindvalores DF
Contraf-CUT
Sindicato dos Bancários de Brasília
Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal
Comissão Nacional de Segurança Bancária

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram