Bancários e clientes ainda sofrem com violência dos assaltos em Jaborá-SC

Aos poucos, a rotina em Jaborá, no Meio-Oeste do Estado, é retomada pelos 4,2 mil moradores da cidade, alvo de violentos assaltos a banco neste ano.

Quem não consegue esquecer os tiros e a violência a que foram submetidos são os funcionários e clientes do Besc e Banco do Brasil, que viraram reféns de quatro homens armados. A invasão das agências no intervalo do almoço foi no dia 6 de abril deste ano. Os ataques traumatizaram pessoas.

Por volta das 12h40min daquela segunda-feira, bandidos encapuzados e armados com um fuzil, revólveres e uma marreta entraram no Besc, renderam os funcionários e clientes e os obrigaram a permanecer no chão por menos de 10 minutos.

Na fuga, levaram o vigilante de refém. Os ladrões atravessaram a Rua Lauro Rupp, que concentra as lojas do município, caminharam menos de 150 metros e disparam tiros para o alto. Com o refém, não tiveram dificuldades para invadir o Banco do Brasil, de onde roubaram o dinheiro dos caixas eletrônicos.

O refém foi trocado, e quem ficou à mercê dos bandidos foi o vigilante da agência, um senhor de 62 anos. O grupo fugiu da cidade em um carro roubado. A polícia prendeu alguns dos suspeitos em Erechim (RS). Dos nove detidos, quatro estão presos.

Quem trabalhava no banco naquele dia tem medo de falar sobre o assunto. Uma mulher que estava no Besc faz terapia por causa do trauma. Ela não quer se identificar:

– Na mínima sensação de insegurança, revivo o desespero e o pavor que senti durante o assalto.

Um homem que estava na agência também ficou traumatizado:

– Evito assistir aos filmes com violência para não me lembrar daquilo pelo que passamos.

Em bares e rodas de amigos, as cenas cinematográficas dos assaltos sempre são lembradas. O empresário Aluir Lazarotto foi uma das pessoas que acompanhou o crime. Da sacada de casa, ao lado do Besc, ele viu o vigilante ser feito refém.

– A gente nunca imagina que vai viver uma situação destas em uma cidade do interior.

Ademar Savoldi, dono de um estabelecimento a 30 metros do Banco do Brasil, disse que nunca viu a cidade tão agitada como no dia 6 de abril:

– As pessoas se acotovelavam nas calçadas para passar, foi o dia mais movimentado de Jaborá. Um filme de bang bang. Cavalinhos de pau, tiros, sangue e violência.

Quando vai à cidade fazer os serviços de banco, o produtor rural Irineu Taparó se sente inseguro:

– Não tenho mais vontade de voltar ao banco. Penso em usar uma agência em outra cidade.

O trauma deve demorar a passar.

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