Bancários do RJ e ES querem em defesa da democracia e dos direitos

Os bancários e bancárias da base do Rio de Janeiro e Espírito Santo realizaram no sábado (19), em Três Rios, os debates e estratégias de organização de luta para a campanha nacional da categoria. A unidade da categoria e a mesa única de negociação continuam sendo estratégias de luta fundamentais para os bancários. Entretanto, diante da conjuntura mais adversa para os trabalhadores nas últimas décadas, a busca por garantia do emprego e melhores condições de vida e de trabalho com aumento real de salários, na avaliação dos sindicalistas, não poderá se restringir à mesa de negociação.

“Não estão em risco apenas nossos direitos da CLT e da Convenção Coletiva de Trabalho, mas também a estrutura de organização de luta dos trabalhadores, retirando recursos para a sobrevivência das entidades sindicais”, disse o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção. Na avaliação do sindicalista, o país sofreu em dois anos do golpe que levou Temer à presidência da República, um retrocesso de 20 anos, disse parodiando o slogan publicitário do atual governo, que foi suspenso devido às críticas e deboches que tomaram as redes sociais.

“O Brasil, que se tornou referência no combate à miséria com Lula e Dilma retornou ao Mapa da Fome com Temer”, acrescentou. Para Vinícius, o movimento sindical precisa repensar as estratégias de organização de luta.

“Temos que fortalecer a mobilização criando a unidade dos trabalhadores do macro setor de serviços, unificando datas-bases e as categorias, como bancários, trabalhadores dos transportes e comerciários”, concluiu.

Além da negociação
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Ronald Carvalhosa, compartilha da ideia.

“Se limitarmos nossa campanha nacional às mesas de negociações seremos derrotados porque com a reforma trabalhista os banqueiros podem tudo”, disse.

Para Carvalhosa, a insegurança jurídica e política criada pelas novas regras trabalhistas não atinge apenas os trabalhadores, mas também os patrões.

“Precisamos refletir sobre a causa de a reforma trabalhista ainda não ter sido implementada de uma forma mais pesada nos bancos. Certamente não é porque os banqueiros são bonzinhos. Há insegurança jurídica em relação as reformas e também política. Os patrões não sabem no que vai dar esta eleição de 2018 por isso temos de fazer o debate político”, destacou.

Diálogo com a categoria
A presidenta reeleita do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso, defendeu a ampliação do diálogo com a categoria.

“É fundamental nesta conjuntura ampliar o diálogo com a categoria para fazer o debate do processo político e desta conjuntura tão adversa. Muitos bancários ainda não tomaram conhecimento de que poderemos perder mais de 40% dos direitos e conquistas de nossa convenção coletiva, a partir do dia 31 de agosto, quando acaba o acordo de dois anos,”, ressaltou.

As mentiras da reforma
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), Nilton Damião, o Niltinho, o povo já percebeu que a reforma trabalhista é uma furada para os trabalhadores.

“Todos estamos vendo que caiu por terra as mentiras deste governo de que a reforma trabalhista iria gerar mais empregos”, disse. Dados divulgados pelo IBGE nesta semana revelam que4,6 milhões de brasileiros desistiram de procurar trabalho e 3 milhões estão sem emprego há mais de dois anos.

A Conferência Interestadual, que contou com a presença de 448 delegados e parlamentares, entre eles o deputado estadual do Rio de Janeiro, Gilberto Palmares (PT) e o vereador petista Reimont Luiz, elegeu chapa única com os delegados que vão para a 20ª Conferência Nacional dos Bancários, dias 9 e 10 de junho, em São Paulo.

Um consenso no encontro foi a defesa da restauração da democracia, com a liberdade e o direito do ex-presidente Lula ser candidato à presidência da República. A todo momento os participantes entoavam o lema “Lula livre! Fora Temer!”

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