Bancários do Itaú Unibanco cobram saúde, previdência e condições de trabalho

Aconteceu nesta terça-feira, 15, em São Paulo, a reunião ampliada da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações com a empresa. O encontro contou com a participação de cerca de 50 dirigentes sindicais de todo país e discutiu alguns dos principais temas da pauta de reivindicação dos funcionários do banco.

A reunião começou com uma apresentação do economista Miguel Huertas, da subseção do Dieese na Contraf-CUT, a respeito do balanço do banco em 2010, quando a empresa atingiu lucro líquido recorde de R$ 13,3 bilhões, um aumento de 32,3% em relação a 2009. Miguel destacou a receita de prestação de serviços, que representou R$ 17,5 bilhões, um aumento de 15,1% em relação a 2009. O balanço apresenta também a rede de atendimento composta por 3.762 agências.

“Este debate serve para embasar as reivindicações a serem apresentadas ao banco. Dificilmente uma empresa com essa grandiosidade toda pode se furtar a garantir o emprego e melhorar as condições de trabalho de seus funcionários”, afirma Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da COE Itaú Unibanco.

Previdência complementar

O debate sobre previdência complementar foi uma das prioridades do encontro e contou com a presença de diversos representantes eleitos pelos trabalhadores nas fundações. Participaram do encontro pela Fundação Itaubanco, André Luiz Rodrigues, conselheiro deliberativo titular, Érica Monteiro de Godoy, conselheira deliberativa suplente, Mauri Sérgio M. de Souza, conselheiro fiscal titular, e Ribamar Pacheco, conselheiro fiscal suplente. Pelo Funbep, José Altair Sampaio, conselheiro deliberativo titular, e Darci Saldanha, conselheiro fiscal suplente.

André Rodrigues fez uma apresentação sobre a situação da previdência complementar no banco. Ele informou que estão ocorrendo negociações para acabar com o benefício zero no Plano de Aposentadoria Complementar do Itaú (o chamado PAC Antigo). No Franprevi estão em andamento negociações para a criação de um novo plano. No caso do Itaubank, fundo do antigo Bank Boston, ficou decidido que ele fará parte da Fundação Itaubanco, como era reivindicado pelos bancários.

Além disso, André informou que estão em curso também as negociações para a fusão das fundações, envolvendo cerca de 15 planos hoje existentes na holding Itaú Unibanco. As discussões incluem a criação de um plano fechado para todos os funcionários da holding. “Hoje quase metade dos funcionários não tem fundo de pensão. Garantir o acesso a um fundo a todos os funcionários do Itaú Unibanco é uma de nossas prioridades na mesa de negociações”, disse André Rodrigues.

Saúde e Condições de Trabalho

Durante o encontro , a Contraf-CUT informou que está sistematizando os dados da consulta feita pelas federações sobre a situação do plano de saúde. “Esse material será importante nas próximas negociações com o banco, pois poderemos argumentar com base nos dados sobre o grau de satisfação dos trabalhadores com o plano médico e odontológico, bem como o custo dos planos no bolso dos bancários”, afirmou Adma Gomes, representante da Fetec SP na COE Itaú Unibanco.

Os dirigentes presentes fizeram relatos sobre os problemas que os bancários de suas bases vêm enfrentando em relação às condições de trabalho. Os representantes dos trabalhadores chamaram a atenção para problemas estruturais nas agências, como a retirada de portas de segurança, problemas nos equipamentos de ar condicionado e reformas que ainda estão sendo feitas de forma inadequada.
“Os problemas que envolvem a falta de funcionários e o acúmulo de funções também são graves no Brasil inteiro. Um exemplo é o fato dos gerentes operacionais (GOs) que, além de cumprir suas funções de gerentes, são forçados a atuar no caixa”, denunciou Jair Alves, um dos coordenadores da COE.

Outros problemas citados com frequência foram o fracionamento de férias. Os funcionários reclamam que não conseguem tirar 30 dias corridos de férias, como assegura a CLT, sendo pressionados a tirar no máximo dez dias de cada vez. Segundo os dirigentes sindicais, essa é uma prática constante que não permite que os bancários descansem o suficiente. A pressão constante pelo cumprimento de metas também foi criticada pelos bancários.

Mudanças nos centros de compensação

Segundo apurado pelos dirigentes sindicais, as informações preliminares indicam que a partir de maio os próprios terminais de caixa irão gerar um arquivo e a folha de cheque não precisará mais ser encaminhada aos centros de compensação. Isso pode colocar em risco a existência destes centros em algumas localidades do país.

A Contraf-CUT irá procurar o Itaú Unibanco e cobrar uma posição sobre o tema. “O movimento sindical não vai tolerar nenhuma forma de demissão por conta de uma eventual supressão destes serviços”, ressaltou Maria Aparecida Cruz (Cida), representante da Feeb RJ/ES na COE do Itaú Unibanco.

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