Bancários do Brasil querem reunião com presidente mundial do Santander

A falta de diálogo do Santander com os bancários brasileiros e o desrespeito com os compromissos assumidos foram denunciados pelas entidades sindicais ao presidente mundial do grupo, Emílio Botín. Na correspondência enviada na quarta-feira, dia 5, consta que os trabalhadores têm enfrentado uma série de problemas com a direção do banco no Brasil e foi reafirmado o pedido de reunião com Botín, feito dia 29 de julho.

“Infelizmente as relações laborais têm se deteriorado nesta nova gestão. Nunca é demais relembrar que durante a Junta General de Acionistas, o senhor afirmou para a representante sindical, Rita Berlofa, que a orientação para a direção no Brasil é pela promoção do diálogo e participação”, diz a carta.

A diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, explica que a nova direção do Santander Brasil tem tomado atitudes que prejudicam os bancários. “A postura do banco tem sido um retrocesso na relação entre a empresa e os sindicatos. Temos um histórico importante de negociações feitas com as direções anteriores, mas com a atual gestão temos encontrado dificuldades”, conta.

Entre outras críticas, Rita enumera que o Santander tem adotado práticas anti-sindicais, fez mudanças unilaterais no HolandaPrevi e no plano de saúde, descumpriu acordo firmado sobre a reforma estatutária do Banesprev, desrespeita os direitos dos aposentados, cobra por metas abusivas e ainda usa de má-fé ao se apropriar de conquistas históricas do trabalhadores como se fossem benefícios criados pelo banco.

Desconhecimento

No último dia 29, as entidades enviaram uma carta ao presidente do Santander Brasil, Fábio Barbosa, solicitando uma reunião com a direção executiva do banco. Dois dias depois, o banqueiro respondeu a correspondência, afirmando que a empresa aposta no diálogo para resolver os problemas dos bancários. Barbosa, entretanto, ignora o pedido de reunião e reafirma que o canal de diálogo dos funcionários é com a área de relações sindicais.

Para Rita Berlofa, a resposta de Barbosa demonstra desconhecimento sobre os problemas enfrentados pelos trabalhadores do Santander. “Enviamos outra carta na quarta-feira (5 de agosto) com uma série de críticas e reafirmamos o pedido de reunião com a diretoria executiva. Não temos demandas sindicais para tratarmos com o gestor da área de Relações Sindicais, mas sim reivindicações trabalhistas. Precisamos discutir problemas de ordem econômica, social e política que causam impacto na vida dos milhares de trabalhadores e, portanto, queremos que esta reunião ocorra com os responsáveis estatutários, ou seja, com a diretoria executiva”, explica.

> Veja aqui a íntegra da carta para Fábio Barbosa.

O documento enviado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo é também assinado pela Contraf-CUT, Fetec-SP, Feeb SP/MS, demais sindicatos e federações e Afubesp.

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