Bancários demonstram força e disposição para lutar contra retirada de direitos

Centenas de agências e os principais departamentos do banco Santander em todo o país tiveram suas atividades paralisadas nesta quarta-feira (20). As ações foram uma reação a medidas tomadas pelo banco sem nenhum tipo de negociação com os funcionários ou com seus representantes legais. Nos estados da Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas e nas cidades de Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro a paralisação foi total, atingindo 100% dos funcionários. Em São Paulo, a paralisação atingiu mais de 200 agências e todos os centros operacionais, como a Torre Santander (matriz nacional) onde trabalham mais de 5.000 funcionários, o Casa 1 e o Casa 3, além do Callcenter, que também ficou paralisado no Rio de Janeiro.

“Foi talvez a maior manifestação nacional dos trabalhadores do Santander. Nos unimos contra a arbitrariedade do banco, que anunciou medidas que nos prejudicam sem qualquer tipo de negociação com os funcionários, ou com o movimento sindical”, disse Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do banco espanhol.

Com a paralização dos Callcenters no Rio e em São Paulo, o atendimento da “Superlinha” do Santander ficou prejudicada. Os clientes que tentaram usar o serviço ouviam a seguinte mensagem: “Em função da greve, o atendimento está indisponível”.

Para Mario Raia, as atividades mostraram que funcionários e dirigentes sindicais estão unidos e dispostos a lutar contra a implantação destas medidas pelo banco e da reforma trabalhista pelo sistema financeiro.

Nota do banco
O Santander divulgou uma nota na tarde de quarta-feira. Os funcionários a receberam por e-mail e pelo aplicativo NOW. “O fato de o banco ter emitido um comunicado mostra que o alcance obtido pelos protestos e paralisações prejudicaram as atividades do banco. Esta é uma demonstração do que a categoria está disposta a fazer para defender seus direitos. Nós, bancários, aprendemos que só a luta nos garante”, observou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

O presidente da Contraf-CUT lembrou ainda que, em agosto, o Comando Nacional da Categoria entregou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), uma proposta de Termo de Compromisso que visa impedir os prejuízos que a reforma trabalhista pode causar aos bancários. “Entregamos uma proposta e estamos, como sempre estivemos, à disposição para negociar as medidas que possam vir a ser tomadas. Mas, se medidas forem tomadas sem negociação, ou se houver prejuízos aos trabalhadores, também temos disposição para lutar”, afirmou von der Osten.

“A nota enviada pelo banco é mais uma ação de marketing. Diz que o Santander está à disposição para negociar, mas, no dia 13 de dezembro tentamos negociar e o banco nos disse que não haveria negociações sobre as medidas que o banco já havia tomado, sem sequer nos comunicar com antecedência”, lembrou Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

“Somo os maiores interessados em negociar. Acreditamos que é na mesa de negociações que encontramos soluções para os entraves que prejudicam a relação entre o banco e os empregados e prejudicam as condições de trabalho”, concluiu Mario Raia.

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