Bancários definem calendário de lutas em defesa do Banrisul

Diante da necessidade urgente de ampliar a mobilização em defesa do Banrisul e conscientizar a população gaúcha da importância de manter o que restou do patrimônio público do RS, o Comando Nacional dos Banrisulenses definiu uma série de ações conjuntas. O movimento sindical vai disponibilizar informações a fim de subsidiar os trabalhadores para esta luta, a partir da organização e divulgação de dados concretos sobre a atuação do Banco e a importância da instituição para a economia gaúcha.

“No passado conseguimos inserir o plebiscito na Constituição Estadual para impedir a liquidação do Banco dos Gaúchos, por governos privatistas de plantão. Agora não vamos aceitar que o Governo Sartoriano continue a desmontar a estrutura estatal, através da entrega da ‘joia da coroa’ para a iniciativa privada, ou ainda pior, para o capital estrangeiro”, enfatiza a diretora do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Ana Guimaraens.

“Queremos aproveitar o debate sobre a manutenção do Banrisul público junto à sociedade gaúcha para viabilizar a construção do banco que queremos. Por outro lado, é preciso relembrar que o legado das privatizações tem sido a precarização dos serviços prestados. A venda de patrimônio público não vai resolver a crise do estado. Seriam mais producentes a cobrança imediata dos grandes sonegadores e a reavaliação dos incentivos fiscais”, avalia o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha.

Já a diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa, destaca a fundamental importância do Banrisul para a economia e a bancarização no RS. “O Banco mantém 698 pontos de atendimento, com abrangência de atendimento à população 98,5% do Estado, sendo responsável pela movimentação de 98,9% do PIB. Em caso de privatização, é óbvio que haverá fechamento de agências e postos, dificultando o acesso ao atendimento bancário, pois bancos privados não têm responsabilidade social, com foco exclusivo no lucro”, analisa Denise.

“A maior parte do lucro do Banrisul hoje fica para o estado, movimentando a nossa economia. A possível venda do Banco seria um grande retrocesso para os gaúchos. Este é o momento de mobilizar o maior número possível de banrisulenses para a assembleia nacional, pois precisamos estar preparados para enfrentar mais este ataque ao patrimônio público”, salienta o diretor da Federação, Fabio Soares Alves.

“Precisamos agregar todas as pessoas dispostas a encarar esta luta, com unidade e clareza de objetivos. Estamos preocupados com os prejuízos gerados pelas privatizações à sociedade gaúcha como um todo. É lamentável que estejamos vendo a tentativa de liquidação de um patrimônio enorme, acumulado através de várias décadas, por um governo autoritário e sem compromisso com o bem-estar social”, destaca o diretor do Sindicato.

Encaminhamentos

O Comando Nacional deliberou a criação de uma comissão específica, que será responsável pela organização e encaminhamento das ações em defesa do banco público. A primeira reunião da Comissão, integrada por representantes do SindBancários, da Fetrafi-RS e dos sindicatos do Litoral Norte, Santa Maria, Camaquã e Vale do Paranhana, ocorreu na tarde desta terça-feira, na Federação.

A próxima reunião do fórum será no dia 7 de fevereiro, terça-feira, às 9h, na sede da Fetrafi-RS para iniciar o cronograma de visitação aos deputados estaduais. O objetivo é garantir apoio parlamentar contra a possível retirada da exigência de plebiscito para venda do Banrisul. Já no período da tarde, será reinaugurada a barraca do Sindicato na Praça da Matriz, a fim de intensificar a defesa das estatais.

O Comando também orienta que os sindicatos promovam mobilizações em suas bases, através da realização de plenárias regionais no período entre 6 de fevereiro e 15 de março. O objetivo dessas iniciativas é mobilizar os banrisulenses para criação de propostas a serem discutidas na assembleia nacional dos trabalhadores do banco, agendada para o dia 18 de março, em Porto Alegre.

Presidente da ALRS recebe documento

O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis, entregou em mãos ao novo presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto (PT), na tarde desta terça-feira, 31/01, o documento “SindBancários em Defesa do Banrisul e do Patrimônio Gaúcho” e a Cartilha “Não Deixe Privatizar o que é teu – em Defesa das Estatais”. A entrega aconteceu no Plenário 20 de Setembro durante a posse de Pretto, que vai comandar o Parlamento gaúcho pelo próximo período.

 “É fundamental termos na Presidência desta Casa um parlamentar solidário aos trabalhadores e que, principalmente, tem o compromisso de não fechar o Parlamento à participação e a presença dos movimentos populares. Na administração anterior da Assembleia, que agora muda de mãos, a Presidência impedia a presença dos trabalhadores em momentos vitais de votação, quando o Rio Grande atravessa uma grave crise, que fechou fundações estaduais e ameaça as empresas estatais e os empregos, sob o governo privatista de José Ivo Sartori”, analisa Everton Gimenis.

Na entrega dos documentos, o presidente do Sindicato já solicitou audiência para tratar com o presidente da Assembleia Legislativa sobre as ameaças que pesam sobre o Banrisul e o Badesul.

Tanto o documento do Sindicato sobre o Banrisul (publicado no Correio do Povo, na edição de 30/01) quanto Cartilha, elaborada pela Frente em Defesa das Estatais e dos Serviços Públicos, trazem uma série de informações técnicas, além de políticas, que mostram a importância fundamental do Banrisul, do Badesul e de empresas como a Corsan e a CEEE para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

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