Bancários de Minas debatem papel dos bancos públicos

Encontros estaduais também elegeram delegados para participar do 31º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil e do 36º Conecef

Mais de 70 bancários de Minas Gerais dos bancos públicos participaram no último sábado (27), do 10º Encontro Estadual dos Funcionários e Funcionárias do BB e do 29º Congresso dos Empregados e das Empregadas da CEF. Pela primeira vez, o encontro aconteceu de forma remota em função da crise do coronavírus.

A mesa de abertura contou com as presenças da presidenta do Sindicato dos Bancários de BH e Região (Seeb-BH) e coordenadora da COE Caixa, Eliana Brasil, da coordenadora estadual do Banco do Brasil, Luciana Bagno, dos presidentes dos sindicatos de Juiz de Fora, Watoira Antônio de Oliveira; Uberaba, Diego Bunazar; Teófilo Otoni e Paulo Cerqueira; do presidente eleito do Sindicato de Ipatinga, Selim Antônio; do representante da Fenae, Cardoso; do secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga.

Durante a abertura da atividade, a presidenta da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG), Magaly Fagundes, ressaltou que o Brasil ocupa hoje o epicentro da pandemia da Covid-19 na América Latina e que já esta na segunda posição mundial em número de mortes e contaminações. “Percebemos, infelizmente, que esse governo não tem cuidado com a vida. Quero registrar a nossa solidariedade a todas as famílias que perderam seus entes queridos e amigos nessa pandemia”.

A dirigente sindical lembrou que, apesar da crise sanitária, econômica e social que se abateu sobre o país, esse é também um momento de luta e resistência dos trabalhadores e das trabalhadoras, contra a “retirada de direitos”.

Bancários e a crise

Segundo o secretário Geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, a unidade da categoria ganha força diante do descaso do governo com as estatais. “Diante da grave crise da pandemia causada pelo novo coronavírus, as empresas públicas mostraram que são imprescindíveis. Por isso, neste momento, devemos intensificar ainda mais a luta contra a agenda privatista deste governo”, avalia Gustavo.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de BH e Região (Seeb-BH) e coordenadora da COE Caixa, Eliana Brasil, destacou o papel importante dos funcionários dos bancos públicos de proteger as empresas públicas num momento tão difícil. “Estamos vendo os ataques ao BB e à Caixa – que são mais dissimulados com a venda dos ativos em meio a essa pandemia toda. Vemos o descaso com os empregados da Caixa, o pessoal está em área meio com uma produção surpreendente de trabalho e mesmo assim o banco insiste em chamar 30% do pessoal que está em home office para o presencial. É inexplicável”.

Ao fazer uma análise de conjuntura do cenário mundial durante a pandemia, o diretor executivo da Previ, Marcel Barros, disse que a crise sanitária evidenciou que sem o trabalho nada funciona. “Precisamos, nesse momento, juntar os pontos. Um governo de direita, que não tem compromisso com o povo, aliado a um pensamento neoliberal que só se importa com a finança. Mas a finança não existe se eu, trabalhador, não agregar valor a ela. Precisamos juntar tudo isso e ver a importância do mundo trabalho”.

A ex-presidenta da Caixa, Maria Fernanda Coelho, ressaltou o processo de desmonte da Caixa, do Banco do Brasil e do BNDES. “Várias palavras sumiram desde que Bolsonaro assumiu a presidência do Brasil. Não se ouve mais falar em investimento, em saúde pública, educação pública e em como dinamizar a economia. Outra palavra que sumiu é privatização. Usa-se desestatização, desmonte, venda de ativo – tudo quer dizer exatamente a mesma coisa”.

Para o técnico do Dieese, Fernando Amorim os bancos públicos têm um papel estratégico em momentos de crise. Ele defendeu que um dos papéis dessas instituições é a promoção de uma política anticíclica, através da oferta de créditos. Outro dado importante para a categoria bancária, que em breve irá iniciar sua campanha nacional é relativa aos lucros dos bancos. Mesmo diante do cenário de crise, o lucro dos cinco maiores bancos do país somou R$ 18 bilhões, com uma média de 27,5% nos últimos doze meses.

Após a mesa de abertura, os participantes foram direcionados para salas de conferências específicas de cada instituição bancária. No total, foram eleitos 12 delegados de Minas para participar do 31º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco Do Brasil e 27 delegados para representar Minas Gerais no 36º Conecef.

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