Bancários da Paraíba repudiam compensação do PPR/PSV na PLR do HSBC

Trabalhadores protestaram também contra as metas abusivas em João Pessoa

Nesta segunda-feira, dia 27, os bancários do HSBC em João Pessoa retardaram a abertura do expediente ao público, das 8h até o meio dia, em protesto contra o desconto dos programas próprios de renda variável no pagamento da Participação nos Lucros e Resultados e as metas abusivas que estão levando a categoria ao adoecimento. A mobilização é de âmbito nacional e coordenada pela Contraf-CUT.

O protesto contou com carro-de-som, cartazes, faixas e distribuição de um jornal específico aos funcionários do HSBC, explicitando os motivos da paralisação parcial: contra o desconto dos valores do PPR/PSV na PLR e pelo fim da pressão pelo atingimento de metas abusivas.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques os funcionários do HSBC estão frustrados por terem dedicado tanto esforço durante um ano inteiro, acreditando nas promessas de altos ganhos no PPR/PSV, programa próprio de remuneração do banco inglês, que foram descontados da PLR.

“É horrível trabalhar sob pressão constante, vulnerável à prática de assédio moral, por conta das metas absurdas, e ainda correr o risco de nada receber, quando a remuneração do programa próprio é descontada da PLR”, denunciou.

E foi mais além, denunciando a farsa em que as metas, que são a base da avaliação dos bancários no PPR/PSV, são definidas pela direção do banco de forma arbitrária, sem considerar as condições de trabalho de cada unidade ou a realidade financeira de sua clientela, fornando-se um desafio inatingível para os bancários. “Com a compensação na PLR, o prêmio por esse desafio desaparece, tornando o programa uma farsa e motivo de frustração para os bancários”, concluiu Marcos.

Negociação

O banco foge da negociação coletiva com a Contraf-CUT e os sindicatos e prefere escolher uma Comissão Interna de Funcionários, onde pode impor seu programa sem contestações. Como resultado, o programa vem piorando a cada ano.

Quando foi criado, não havia o desconto dos valores recebidos na PLR. Além disso, não havia metas individuais, apenas coletivas, diminuindo o clima de competição entre os bancários. Essa situação precisa mudar. O movimento sindical cobra a abertura de negociações para a definição de regras transparentes e mais justas para o programa.

Adoecimento

Os bancários também denunciaram à sociedade a pressão e a sobrecarga de trabalho que estão acabando com a saúde dos bancários do HSBC. O número de funcionários afastados por motivo de saúde é cada vez maior, demonstrando a necessidade de mudança nas práticas do banco.

O maior vilão são as metas individuais. O sistema aumenta a competição interna a níveis absurdos, criando um clima péssimo entre colegas, e abre espaço para ocorrência de casos de assédio moral. Junto com a falta de funcionários, é a receita para as doenças psíquicas, como depressão e síndrome do pânico, cada vez mais comuns entre os bancários.

Para o secretário-geral do Sindicato, Marcelo Alves, também funcionário do HSBC, essa mesquinhez é um absurdo cometido contra quem produz, à custa de muitos sacrifícios e condições adversas, os bons resultados para o banco, uma vez que outras instituições financeiras possuem programas próprios e garantem o pagamento das duas remunerações.

“Dentre essas instituições, o HSBC é o que paga a menor remuneração; e ainda tem o desplante de descontar a PPR/PSV da PLR”, desabafa.

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