Bancários contestam lei que proíbe uso do celular nos bancos em São Paulo

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou o Projeto de Lei 132/2010, da vereadora Sandra Tadeu (DEM), que proíbe o uso de celulares no interior das agências bancárias, com o objetivo de coibir o chamado golpe da “saidinha de banco”. Para se tornar lei, o projeto, votado na terça-feira 2, terá ainda de ser sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab.

Para o diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo e participante da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp), Daniel Reis, o projeto é um equívoco. “O PL criminaliza os clientes e transfere para eles a responsabilidade, em vez de cobrar medidas de segurança da federação dos bancos (Fenaban).”

Além disso, acrescenta Daniel, a medida é inócua, uma vez que não contribui para combater o crime. “Proibir o celular nas agências em hipótese alguma vai resolver o problema. A ideia é que sem o celular o criminoso que está dentro da agência não poderia informar o comparsa do lado de fora sobre quem sacou grande quantia em dinheiro. Mas devemos lembrar que há 10, 15 anos, quando o uso do celular não era comum, o golpe já existia”. Na época, recorda Daniel, os criminosos usavam outros meios para identificar as vítimas.

“Apoiamos mecanismos que impeçam a visualização das transações na boca dos caixas e nos terminais de autoatendimento”, defende o dirigente. Uma dessas medidas, acrescenta, é a implantação de biombos entre os caixas e as filas, que já é prevista em lei estadual, apesar de ainda não ter sido implementada pelos bancos.

“O projeto, de autoria do ex-deputado Wanderlei Siraque (PT), foi aprovado pelo Legislativo e sancionado pelo governador Geraldo Alckmin, mas ainda não foram tomadas providências pela Fenaban para a adequação das agências”, informa Daniel.

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