Bancárias comemoram Dia Internacional da Mulher com grande conquista

Charlene Ferreira Santos, bancária do Itaú Unibanco em Recife, já se preparava para voltar ao trabalho no final de janeiro deste ano, após concluir os quatro meses de licença-maternidade, que emendara com as férias, quando recebeu a notícia de que poderia ficar mais 60 dias cuidando da recém-nascida Clarissa, sua primeira filha.

A angústia, por ter de se separar do bebê, transformou-se em felicidade. “Dois meses fazem muita diferença no desenvolvimento do bebê. Com quatro meses, ele é totalmente dependente de nós”, comemorou a bancária.

Como Charlene, milhares de bancárias em todo o país estão neste momento tendo a oportunidade de conviver mais tempo com os seus bebês, depois que os quatro grandes bancos privados (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC), cedendo à pressão dos sindicatos e da Contraf-CUT, aderiram entre janeiro e fevereiro ao Programa Empresa Cidadã, implementando na prática a ampliação da licença-maternidade de 120 para 180 dias. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já haviam aderido ao programa no ano passado.

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O direito de as mães bancárias permanecerem dois meses a mais com seus filhos recém-nascidos é uma das grandes conquistas da campanha nacional de 2009, após mais de uma década de luta da categoria que tem como bandeira a Igualdade de Oportunidades para todos nos bancos – e que hoje representa uma referência para todas as categorias de trabalhadores.

O tema da erradicação de todo tipo de discriminação e preconceito dentro dos locais de trabalho foi incluído pela primeira vez na pauta de reivindicações da categoria aos banqueiros em 1998, exatamente 30 anos depois que as mulheres começaram a ser admitidas como profissionais do sistema financeiro. O primeiro banco a contratar mulheres como bancárias foi o Banespa, em 1968, seguido do Banco do Brasil, em 1971. Hoje as mulheres representam a metade da categoria bancária em todo o país.

A primeira cláusula sobre Igualdade de Oportunidades foi incluída na Convenção Coletiva dos Bancários em 2000, abrindo uma nova frente de luta que vem avançando desde então. A ampliação da licença-maternidade para 180 dias é um marco importante nessa caminhada, que não deve ser compreendida como uma conquista apenas das mulheres bancárias, mas de toda a sociedade, uma vez que esse período a mais permitirá um desenvolvimento saudável do bebê e dará segurança para a mãe quando retornar ao trabalho.

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