Ato na Assembléia homenageia Dia da Mulher

Lideranças dos bancários homenagearam o Dia Internacional da Mulher na última sexta-feira, dia 7, em ato na Assembléia Legislativa de São Paulo. O evento foi realizado pela Contraf-CUT em parceria com a Fetec-SP, e teve apoio do deputado estadual e bancário Cido Sério (PT-SP).

A secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Arlene Montanari, lamentou os dados encontrados em uma pesquisa recente do Dieese, que mostram que, mesmo nas regiões em que o desemprego diminuiu, as mulheres continuam tendo mais dificuldade que os homens para encontrar trabalho. “Isso quer dizer que a melhora do nível de emprego não diminui a desigualdade entre os sexos. No setor bancário isso não é muito diferente. Na contratação há números iguais de homens e mulheres, mas nas chefias a proporção de mulheres diminui”, explica. Ela falou ainda sobre o Mapa da Diversidade, pesquisa que será feita pela Febraban após muita luta dos trabalhadores que demonstrará a verdadeira situação dos bancos em termos de diversidade.

A secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira Leite, achou importante o evento por trazer uma reflexão sobre a situação das relações de gênero. “Olhando para a realidade podemos desconstruir o que está errado”, analisa. “No mundo todo cresceu a participação das mulheres no mercado de trabalho, mas nos cargos mais precários. Nos bancos brasileiros, nos cargos mais baixos, 60% dos contratados são mulheres. Já nos cargos mais altos, esse número cai para 26%”, lamenta.

Sebastião Cardozo, o Tião, presidente da Fetec-SP, comemorou sempre ter trabalhado com muitas mulheres. “Elas trazem elementos diferentes para o ambiente, que os homens não têm”, sustentou. “Na minha opinião, o diz 8 de março serve para nos lembrar que todo dia é Dia da Mulher”, afirmou.

Para o deputado Cido Sério, o dia 8 de março é muito importante por trazer à tona debates necessários para se “unificar a raça humana”. “Nós estamos divididos, com metade da população tendo privilégios sobre a outra metade. Nós lutamos por uma concepção de sociedade em que todos sejam tratados de maneira igual e para isso precisamos de ações objetivas pela igualdade entre homens e mulheres”, sustenta.

A palestrante Vera Soares iniciou relembrando a origem da data, que foi proposta pela primeira vez em 1910 por Clara Zetkin, militante do Partido Comunista Alemão, durante um encontro da Internacional de Mulheres Socialistas. “Isso mostra como as mulheres há tempos participam da luta política mundial”, analisa. Para ela, houve avanços na situação da mulher. “Antes era normal ver homens defendendo em público que lugar de mulher era em casa. Nossas avós talvez nem imaginassem que poderiam estar aqui neste evento”, afirmou. No entanto, é preciso avançar muito. “Tantas pessoas lutam pela democracia, mas não estranham a ausência de mulheres em posições de poder, nas diretorias dos sindicatos. No Congresso, só 10% são mulheres. Ninguém acha estranho que 50% da população não está lá?”, questiona.

Para Rosane da Silva, secretária nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, o 8 de março é um dia para ir às ruas e dizer que as mulheres ainda têm condições submissas ao homem, mesmo depois de tantas conquistas. “Se queremos um mundo melhor, teremos que pensar nisso”, destaca. “As mulheres são hoje 51% da população desempregada, estão nos setores mais precários e recebem salários menores. Muitas estão no comércio, onde a jornada de trabalho média é de 56h por semana”, sustenta. Rosane emocionou-se ao lembrar de Maria Ednalva, ex-titular de sua pasta na CUT e importante militante dos direitos das mulheres, falecida no dia 10 de setembro de 2007.

Ednalva foi lembrada ainda no encerramento do ato, por Maria Isabel da Silva, a Bel, secretária de Políticas Sociais da Fetec-SP. “Ela foi uma guerreira, de temperamento forte, mas muita convicção e clareza sobre onde queria chegar e onde queria que nós chegássemos”, lembrou Bel.

Participaram ainda do ato o presidente da Afubesp, Paulo Salvador, e a presidente da Associação de Bancários Aposentados de São Paulo, Glória Abdo.

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