Ato cobra mais empregados na Caixa em São Paulo

Foram recolhidas cerca de 1.500 assinaturas durante o protesto

Muitos dos que passaram pela Rua Bela Cintra, região da Paulista, na manhã de quinta-feira 6 fizeram questão de incluir o nome no abaixo-assinado que pede mais contratações para a Caixa. O ato em frente ao Dipes, setor de recursos humanos da instituição, faz parte do Dia Nacional de Luta da campanha Mais Empregados para a Caixa, Mais Caixa para o Brasil.

A campanha é uma resolução do 31º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), ocorrido em junho e, além de atos em todo o país, a mobilização ocorreu na internet por meio da hashtag #MaisEmpregadosJá. O abaixo-assinado, que já reúne mais de 1,5 mil adesões só em São Paulo, será entregue para a presidenta do banco, Miriam Belchior, e para a Presidência da República.

“Nós queremos garantir o atendimento à população e são os empregados da Caixa que fazem isso, faltando gente são eles que atendem por dois, três. Eles passam por cima da falta de estrutura para atender, por isso o dia de luta é tão importante”, apontou Dionisio Reis, diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa.

A campanha por mais empregados conta com o apoio de pessoas como Sebastião de Oliveira, que passou pelo ato: “tem que melhorar o atendimento, tá precisando de gente nas agências”. Assim como Sonia Del Rei, cliente da Caixa que também assinou o pedido por mais empregados. “Se não querem contratar por que fizeram concurso? É para melhorar o Brasil, tem que fazer”, opinou.

Alberto Américo, empregado do banco, sente o peso da falta de contratações e por isso vestiu a camisa da campanha. “O povo nos cobra muito, alguns acham que nós somos os culpados, que somos devagar”, contou.

Concursados – Os concursados que aguardam o chamado do banco também marcaram presença na manifestação e relatam a agonia da espera. “É muito triste, um desrespeito. Antes de a gente prestar o concurso víamos muitos vídeos na internet estimulando as pessoas a prestarem a prova porque abririam muitas vagas, agora estamos nessa briga”, comentou Rosana Feliz Silva. Já para Alana Pinheiro da Silva, também aprovada em concurso do banco, o sentimento é de frustração. “Ninguém esperava isso de uma empresa tão sólida como a Caixa, está sendo uma decepção, estamos na fila da esperança.”

Estratégica

Dionisio lembrou que a Caixa é estratégica não só para o governo, é também para o povo brasileiro, seu patrimônio, e por isso deve voltar a contratar. “No início do ano fizemos uma grande luta para que a Caixa continuasse 100% publica, foi uma grande vitória para os empregados da Caixa e para o povo brasileira, mas a luta não acabou, temos de resistir. Se ela não contrata, qual o planejamento para que as operações não travem?”, questionou.

A Caixa tem 80 milhões de correntistas e poupadores e é responsável por milhões de benefícios do Bolsa Família, seguro-desemprego, PIS, abono salarial e as aposentadorias e pensões do INSS. Encerrou o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 1,5 bilhão. Em junho a carteira de crédito ampliada do banco registrou saldo de R$ 624,4 bilhões, alta de 20,1% em 12 meses e de 3,2% na comparação trimestral. Já a carteira habitacional apresentou elevação de 24,6% com saldo de R$ 354,2 bilhões.

No entanto, segundo o Caged, o número de demitidos na Caixa foi de 3.057 de janeiro a junho deste ano, o que contabilizou um saldo negativo entre admitidos (999) e desligados de 2.058 postos de trabalho. Isso se deu principalmente por causa do Plano de Apoio à Aposentadoria.

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