Ass‚dio moral assola agˆncia do BB em PE

(Recife) Não é difícil sentir que algo está errado na agência do Banco do Brasil em Gravatá, no Pernambuco. Até os clientes percebem e comentam. Sob o efeito das metas e de um modelo de gestão que exclui o diálogo, os funcionários medem palavras, sentem medo e uma boa parte deles está doente. Foi o que constatou a equipe da Secretaria de Saúde do Sindicato de PE, que visitou a agência no dia 11, acompanhada pelo médico do trabalho, Luís Saraiva.

 

A equipe conversou com os bancários sobre assédio moral. E percebeu que a entrada do gerente na sala de reunião modificou os ânimos automaticamente. Um dos trabalhadores indagou se ameaçar de demissão ou estimular um funcionário a pedir afastamento constituía assédio moral. Foi visível a postura de desconforto do gestor ante à resposta positiva do Sindicato.

 

O médico Luís Saraiva conversou com um terço dos dezesseis funcionários que trabalham na unidade. Todos eles, sem exceção, apresentavam sintomas de doença psíquica: insônia, dificuldades de relacionamento, falta de interesse pelas coisas e pelo trabalho. Alguns deles já estavam, inclusive, tomando medicamentos. Segundo os relatos, um dos bancários da agência, vítima preferencial do assédio, tinha modificado inteiramente sua personalidade. De extrovertido que era, tornou-se silencioso, cabisbaixo, circunspecto.

 

Para Saraiva, este modelo de gestão – autoritário, concentrador, que estabelece um fosso entre gestores e subordinados – é fruto não apenas da personalidade do gerente. Mas, sobretudo, do sistema de trabalho do banco, que institui as metas inatingíveis, a competição, a sobrecarga de trabalho.

 

Fonte: Seec PE

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