Assaltantes fazem reféns e levam R$ 200 mil do Bradesco em Itaperuna

(Rio) Numa ação perfeita, assaltantes levaram R$ 200 mil que chegaram no carro-forte para abastecer a agência do Bradesco em Itaperuna, noroeste do Rio de Janeiro, na manhã da última quinta-feira. Eles renderam a tesoureira da unidade, seu marido e seu filho que foram rendidos em casa e tiveram coletes de explosivos amarrados ao corpo. Os ladrões estavam armados de fuzis e usavam camisetas da Polícia Civil.

Demonstrando conhecer a rotina da família e da agência, os bandidos mandaram a bancária ir trabalhar normalmente, enquanto o marido e o filho adolescente ficaram em casa, amarrados e com os coletes de explosivos, vigiados por um dos assaltantes. A tesoureira entrou na unidade e os ladrões ficaram esperando dentro do carro dela no estacionamento da agência até que o carro-forte chegasse e descarregasse o dinheiro.

A funcionária foi, então, instruída a ligar para chamar o marido, que a busca diariamente para irem almoçar em casa. Quando ele chegou, o dinheiro foi colocado no carro do casal, que foi levado pelos assaltantes. Enquanto isso, o filho adolescente continuou em casa, amarrado e com o colete de explosivos, sob vigilância de um ladrão, para intimidar os pais. A cerca de 20 km do centro de Itaperuna, numa estrada vicinal que segue para o município vizinho de Natividade, os bandidos abandonaram o carro e o casal amarrado e fugiram em outro veículo, levando os R$ 200 mil roubados.

Segundo depoimento da bancária e seu marido à polícia, os bandidos tinham quatro coletes de explosivos. Um quarto colete estava preparado para ser atado ao corpo da filha do casal, que não estava em casa no momento do seqüestro.

Conseqüências
O Sindicato dos Bancários de Itaperuna está atento às conseqüências do assalto/seqüestro. O presidente da entidade, Ronaldo Vieira da Silva, é lotado na unidade e conhece a bancária, que trabalha no banco há 25 anos. “Ela é uma pessoa boa e muito decente, não há qualquer possibilidade de estar envolvida com os assaltantes”, afirma o dirigente. O marido da tesoureira também já foi bancário, lotado na mesma agência do Bradesco, e hoje trabalha na Ampla, companhia de energia elétrica que atua na região.

Como o banco não se movimentou para emitir a CAT, o próprio sindicato já deu entrada no documento junto ao INSS para garantir os direitos à licença por acidente de trabalho caso a bancária sofra algum tipo de transtorno físico ou psicológico em conseqüência do acontecido. O temor agora é que o Bradesco persiga a funcionária e acabe por demiti-la. Os dirigentes estão atentos e vão acompanhar de perto a situação.

No dia seguinte ao ocorrido, dirigentes do Sindicato visitaram a bancária seqüestrada para prestar solidariedade e constataram o estado de nervos deplorável em que se encontra a família. Os sindicalistas também tentaram conversar com a Gerente-Geral da unidade, mas ela não os recebeu, alegando que estava ocupada com os procedimentos de auditoria que se seguiram ao roubo.

Criminalidade disparou
Segundo Ronaldo, os assaltos não são raros na base do sindicato. Nos últimos anos, várias agências da região foram alvo da ação dos bandidos, algumas mais de uma vez. O presidente do sindicato destaca que, muitas vezes, a entidade só fica sabendo dos crimes dias depois, já que os bancários não informam quando as unidades são assaltadas. Os patrões intimidam os trabalhadores e dão a entender que eles poderão ser prejudicados se relatarem o assalto à representação sindical.

A incidência de outros crimes também vem aumentando muito desde que foi instalada no município a Casa de Custódia Diomedes Vinhosa Muniz. “Quando um preso de fora da cidade é transferido para cá, a família se muda para ficar perto dele. Os que são chefes de quadrilhas mandam vir seus companheiros de crime e a base de operação passa a funcionar na nossa região. Com isso, tem havido muitos assaltos e o número de homicídios, alguns muito cruéis, disparou”, relata o dirigente.

Fonte: Feeb RJ/ES

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