“As Américas e a democracia estão em risco”, afirma secretário da Uni Global na 4ª Conferência Uni Américas

Mais de 600 sindicalistas de todo o Continente Americano acompanharam a abertura da 4ª Conferência Regional da UNI Américas na noite desta quarta-feira (7).  Representantes da Contraf-CUT participam do encontro em Medellín, na Colômbia, que segue até esta sexta-feira (9), onde será definido o Plano Estratégico 2016-2020 da entidade e eleita sua nova diretoria para o quadriênio.

A UNI Américas é o braço continental da Uni Global Union, sindicato que reúne entidades de diversas categorias profissionais de 140 países. O secretário-geral da UNI, Philip Jennings, explicou na abertura do evento, que estava falando em nome da presidenta da UNI Global Union, Ann Selin.Ele apresentou uma mensagem em vídeo da presidenta, que não pôde comparecer em função de problemas de saúde.

Em sua mensagem à Conferência, a presidenta da UNI convidou os participantes a usarem a reunião para seguir com o programa de crescimento sindical Breaking Through e avançar com novas conquistas. Os participantes retribuíram com um caloroso aplauso. Jennings então iniciou sua explanação e lembrou a importância do encontro não só para a Colômbia, mas para toda a região. 

"As Américas estão em risco. Desde os EUA até o Brasil, Argentina e Colômbia, estamos vendo um fechamento de espaços democráticos. Como sindicatos, continuaremos a crescer e a representar os trabalhadores de uma região baseada na inclusão social, na democracia, nos direitos trabalhistas e, mais importante, na paz”, afirmou

Após o avanço nas negociações de paz na Colômbia, Jennings disse que é a chance de escrever um novo capítulo na história colombiana e que somente com a paz pode-se começar a fazer mudanças reais."Não é por acaso que estamos aqui na Colômbia, para o que é uma das maiores e mais significativas reuniões sindicais na história das Américas modernas.Nós não tememos ninguém e esta conferência será um momento de confiança enquanto enfrentamos os problemas e desafios da região”, concluiu. 

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, ressaltou que todos os países presentes reafirmam o desejo dos trabalhadores por democracia e paz. 

“Sem a democracia os direitos laborais não podem ser alcançados. Precisamos muito avançar na consciência e na solidariedade de classe para fazer frente ao ressurgimento de movimentos fascistas e de ódio de classe. Fica claro para todos que a esperança de construir um mundo melhor está viva entre nós", afirmou.

Participação dos trabalhadores

A presidenta da União de Trabalhadores de Grandes Superficies de Comerciante na Colômbia, Luz Marina Diaz,  destacou a importância das entidades sindicais. “Acreditamos na realização de um mundo melhor com a solidariedade dos sindicatos. Temos 18 sindicatos colombianos filiados à UNI. Nunca iremos ceder à violência e continuaremos a trabalhar pela paz”. 

Miguel Morantes, presidente da Confederação dos Trabalhadores da Colômbia afirmou que  o país está entrando em um momento decisivo com o processo de paz.  “A UNI desempenhou um papel importante ao nos apoiar. Se pudermos consolidar esta paz na Colômbia, será um exemplo significativo do que pode ser alcançado para toda a América Latina”. 

O Secretário Geral da CSA (ITUCA), Victor Baez, agradeceu a Adriana Rosenzvaig, Secretária Geral da UNI Américas, por tudo o que fez pelos trabalhadores da América Latina e do resto do mundo. “A UNI Américas está conosco na Colômbia para pedir a paz. Queremos uma paz ativa e construtiva para os trabalhadores na Colômbia e no resto da região. Nós também temos que lutar e falar por todas, e cada uma dessas pessoas que não têm um emprego, e se preparar para os desafios do Futuro Mundo do Trabalho”.

"Queremos gerar emprego de qualidade, trabalhando com empresas, governo e trabalhadores, através do diálogo social. Queremos criar a cidade que sonhamos, na qual todos têm participação”, afirmou Riccardo Gallindo, representante do prefeito de Medellín. 

María Castaño Álvarez, representando a Ministra do Trabalho, Clara López Obregón, destacou os defesaios do governo. "Precisamos de um programa massivo para a juventude e este não é uma meta apenas para o governo, mas para toda a sociedade. Nossa tarefa é preparar a próxima geração para as oportunidades que nos trarão a paz”. 

O presidente da UNI Américas, Rubén Cortina, disse que "a UNI Américas está trabalhando para encontrar soluções para os problemas regionais e globais em um momento em que somos confrontados com a hostilidade e a agressão em todos os lugares", concluiu. 

A abertura da Conferência também contou com apresentação de grupos musicais, com uma fusão do Latin Jazz Rock e a batida cumbia da Colômbia. 

Programação – 4ª Conferência Regional da UNI Américas

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