Diretoria do BRB quer retirar direito de incorporação

Após sete horas em mesa de negociação mantida com o Sindicato nesta segunda-feira (27), o BRB mais uma vez se mostrou intransigente ao manter a contraproposta de retirada da cláusula referente à incorporação. Apesar de se comprometer a seguir a Fenaban, quanto à incorporação ignora uma garantia conquistada e prevista no acordo coletivo de trabalho, sob a alegação de que, com a reforma trabalhista, a incorporação deixou de existir.

“Será que o banco pretende fazer uma reestruturação profunda que implique descomissionamento em massa, para que insistir numa proposta destas? Ou quer apenas impor uma derrota aos empregados em função da nova lei trabalhista? É isso que se pode extrair da veemente defesa do banco para não renovar a incorporação”, comenta a diretora do Sindicato Raquel Lima.

A proposta substitutiva apresentada pelo banco nada mais é do que formalizar o “esmolão” previsto em normativo interno, uma vez que substitui a incorporação por uma complementação temporária, e por tempo limitadíssimo, no máximo 24 meses. “O banco quer trocar uma garantia perene por uma esmola temporária. Isto só pode ser classificado no mínimo como desrespeito”, complementa Samantha Sousa, diretora da Fetec-CUT/CN.  

“O banco alega que não tem conforto jurídico para manter a incorporação no acordo, visto que a nova lei acaba com a possibilidade de incorporação. Ocorre que a mesma lei que o banco invoca para retirar afirma que o negociado prevalece sobre o legislado, jogando por terra esta assertiva do banco”, afirma Daniel de Oliveira, diretor do Sindicato.

“A possibilidade da perda da incorporação gerará, automaticamente, uma ambiente de insegurança para os trabalhadores, que estarão sujeitos a possíveis perdas de 30% a 70% do salário total, bastando para isso apenas a maldade do banco em descomissionar ou rebaixar os empregados”, comenta Ivan Amarante, diretor da  Fetec-CUT/CN.

Para coroar a negociação, o banco, desgostoso da recusa do Sindicato em aceitar o fim do intervalo de 15 minutos dentro da jornada para os empregados de seis horas, retirou a proposta já pacificada de possibilidade de intervalo a partir de 30 minutos para o empregados de oito horas. “É um comportamento quase infantil este do banco: desmerecer uma parte dos empregados porque o Sindicato não aceita uma cláusula pior para outro grupo”, comenta André Nepomuceno, diretor da Fetec-CUT/CN.

Esta, infelizmente, tem sido a tônica das negociações com o BRB.  Diante disso, o Sindicato convoca os bancários do BRB para, juntos, nos mobilizarmos em defesa da manutenção de nosso acordo, e que o banco apresente avanços nas negociações que ainda vão acontecer. O Sindicato reitera sua disposição de negociar até a exaustão em busca de entendimento que evite a judicialização do acordo. Assim como aconteceu nas mesas da Fenaban, BB e Caixa, nas quais as conquistas foram preservadas, não podemos aceitar perdas. Todos por tudo.

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