Curitiba: “A Revolta dos Duendes” denuncia ataques das “reformas”

As perdas que os trabalhadores tiveram com a Reforma Trabalhista, o que está em jogo com a futura reforma da Previdência e o papel dos bancos nesta conjuntura foram alguns dos temas abordados no ato de Natal realizado pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região nesta sexta-feira, 14 de dezembro, em frente ao Palácio Avenida. Por meio do teatro intitulado "A Revolta dos Duendes", a entidade fez uma crítica à retirada de direitos e à exploração dos trabalhadores.

"O objetivo d'A Revolta dos Duendes é mostrar para a população quem ganha e quem perde com estas reformas que já aconteceram ou irão acontecer. Trata-se de uma forma bem humorada de criticar o liberalismo que tem impregnado as relações de trabalho", destaca Alessandro Garcia (o Vovô), dirigente sindical que interpretou um dos duendes no teatro.

Todos os anos, às vésperas do Natal, o Sindicato realiza um ato lúdico para expor a ganância dos bancos, que lucram bilhões e seguem explorando clientes e funcionários. As péssimas condições de trabalho a que estão submetidos os bancários, as tarifas e juros abusivos e a falta de responsabilidade social dos bancos são temas recorrentes nas apresentações. Em 2018, a entidade abordou também a reforma da Previdência, expondo o quanto os bancos devem à Previdência Social brasileira e a quem interessa a mudança nas regras da aposentadoria.

"Cinco bancos brasileiros estão entre as empresas consideradas as maiores devedoras da Previdência Social. Porém, o que se constata no discurso da reforma é que essa conta será passada ao trabalhador, que terá que trabalhar mais e contribuir por mais anos", resume o dirigente Antônio Luiz Fermino. “É evidente que todas as alterações aprovadas nos últimos dois anos, bem como as propostas de reformas futuras pautadas pelo governo Temer-Bolsonaro atendem apenas aos interesses dos patrões”, resume Cristiane Zacarias, dirigente sindical.

Prefeitura notifica sindicato
Entidade recebeu com surpresa a presença da fiscalização. Ato é realizado há quase 10 anos.

Momentos antes do ato de Natal começar, na sexta-feira, 14 de dezembro, em frente ao Palácio Avenida, a direção do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região foi abordada por dois fiscais da Prefeitura de Curitiba, um da Secretaria de Meio Ambiente e outro da Secretaria de Urbanismo, na presença de Guardas Municipais. Os fiscais alegaram que estavam ali por causa do som e do palco e para verificar se a entidade tinha autorização para ocupar o solo do calçadão da Rua XV de Novembro.

A secretária-geral do Sindicato, Karla Huning, falou com os fiscais e informou que, em uma década de realização de atos pelo Sindicato na Boca Maldita, era a primeira vez que a fiscalização da Prefeitura intervinha e informava sobre a necessidade de autorização prévia. “Desde quando o Bamerindus foi vendido para o HSBC, todos os anos, realizamos atos contra as demissões exatamente aqui em frente ao Palácio Avenida e nunca tivemos problemas”, afirmou.

Os fiscais da Prefeitura confirmaram que atenderam a uma denúncia, mas não souberam especificar a origem, nem o denunciante. Após as explicações do Sindicato, os representantes da Prefeitura de Curitiba emitiram uma notificação para que o Sindicato preste esclarecimentos, sob risco de multa.

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