Contra o PL 621: CUT-SP lança ferramentas de pressão aos vereadores

Desde a semana passada, a CUT lançou ferramentas para ajudar os servidores municipais de São Paulo a pressionarem os vereadores e vereadoras a votarem contra o PL do Extermínio (621/2016), que confisca o salário do funcionalismo ao aumentar o valor da contribuição da previdência.

Em parceria com o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsep), o site “Na Pressão” (www.napressao.org.br) ganhou um campo para os moradores da cidade enviarem mensagens diretamente aos parlamentares da Câmara Municipal de SP. Por lá, é possível ver como se posicionaram – até o momento – cada vereador, se a favor, contra ou indeciso.

Também foi disponibilizado pela CUT-SP um álbum nas redes sociais com cards contendo nome, foto, partido e informações de contato de cada um dos 55 vereadores. Os memes estão circulando em grupos de whatsapp e outras redes sociais, colaborando na mobilização. No ato realizado em frente à Câmara, na terça (20), alguns servidores imprimiram esses memes e exibiram aos participantes.

Vereadores sentiram o efeito
Até quarta-feira (21), alguns vereadores entraram em contato com a CUT-SP, pela página do Facebook ou por telefone, para divulgar seus posicionamentos. O primeiro deles foi Paulo Frange (PTB), que afirmou, no fim de semana, que votará contra a proposta por “convicção técnica” e “por saber do papel dos servidores” à cidade. Na segunda, a bancada do partido emitiu nota confirmando o voto contrário de Frange e também de Adilson Amadeu.

Já Edir Sales (PSD), que votou favorável ao PL na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), compartilhou nota na qual diz que votará contra a proposta de João Doria caso seja encaminhado à sessão plenária. Quanto ao seu voto na CCJ, conta que votou a favor considerando a “viabilidade constitucional”, limitando-se a decidir se a proposta contraria ou não a lei. Sales também enfrentou um protesto de trabalhadores em frente ao seu escritório político, na Vila Prudente, zona leste, na segunda-feira (19).

Outra vereadora do mesmo partido, Rute Costa, deixou no ar o seu voto em mensagem encaminhada na terça pela manhã. “Ué, mas quem disse que eu vou votar a favor? Meus queridos, hoje à tarde, no plenário da Câmara, darei minha resposta e a da bancada do PSD”. Na sessão, em sua fala, Rute disse que o projeto precisa ser revisto, retirando “alguns pontos”.

Na manhã desta quarta, a assessoria de José Police Neto (PSD), entrou em contato por telefone solicitando a inclusão do vereador no grupo dos “contrários” ao PL. A alteração já foi realizada no site “Na Pressão”.

Quem também escreveu à CUT-SP foi Eliseu Gabriel (PSB). Ele diz que atua para que o projeto seja retirado. “Caso isso não aconteça, se for a plenário, eu voto não”, afirmou.

Até o momento, 21 vereadores já se comprometeram a ficar do lado dos trabalhadores, em greve desde o dia 8 de março. Além dos citados acima, estão a bancada do PT, formada por Alessandro Guedes, Alfredinho, Antonio Donato, Arselino Tatto, Eduardo Suplicy, Jair Tatto, Juliana Cardoso, Reis e Senival Moura, a do PSOL, com Sâmia Bomfim e Toninho Vespoli, e Camilo Cristófaro (PSB), Celso Jatene (PR), Natalini (PV), Ota (PSB) e Claudio Fonseca (PPS).

Greve
João Doria (PSDB), prestes a abandonar o cargo para concorrer a outro, precisa de 28 votos para aprovar o projeto. Sua gestão encaminhou o PL à Câmara no fim de 2017 pedindo o máximo de urgência em sua tramitação.

A expectativa do tucano é ter o projeto votado até 31 de março. No entanto, a greve e a mobilização dos trabalhadores têm dificultado esses planos e somente 7 vereadores declaram formalmente apoio. Nem mesmo a bancada completa do PSDB confirmou voto no PL.

Na quinta-feira passada (15), foi realizado um ato com mais de 100 mil servidores públicos, considerado pelas entidades da categoria o maior da história. Nesta semana, o Sinpeem (Sindicato dos Professores em Educação no Ensino Municipal) comunicou que 93% das escolas municipais aderiram à greve, situação também inédita na cidade.

A CUT-SP apoia toda a mobilização e acompanha as atividades. A base de trabalhadores dos sindicatos filiados à entidade (Sinpeem, Sindsep e Sindicato dos Médicos de São Paulo – Simesp) aderiram à greve.

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