Banrisul comemora aumento do lucro líquido do trimestre mas não valoriza banrisulenses

Apesar de todos os ataques que o Banrisul vem sofrendo por parte do desgoverno de José Ivo Sartori nos últimos anos, com suspensão de concursos, fechamento de agências, Plano de Aposentadoria Voluntária, fatiamento de ativos e a recente entrega de ações do banco a preço de banana (que está sendo investigada por vários órgãos), a instituição financeira gaúcha teve um lucro líquido de R$ 244 milhões no primeiro trimestre deste ano. O número representa um crescimento de 89,8% em relação ao mesmo período de 2017, quando o resultado foi de R$ 128, 5 milhões.

Esforço dos bancários
Conforme o balanço da direção do Banrisul, o avanço se deve expansão da margem financeira, menor fluxo de despesas de provisão para crédito e com o crescimento de receitas de tarifas e serviços. “Mas a avaliação da direção do banco esquece de relacionar entre os motivos do crescimento o esforço dos banrisulenses”, aponta o secretário-geral do SindBancários, Luciano Fezner.

Ele destaca que a relação do atual governo estadual com o grande banco gaúcho sempre foi dúbia. “Ao mesmo tempo em que usa recursos do banco para fazer frente a despesas e salários, além dos altos dividendos pagos anualmente pelo Banrisul ao governo, por outro lado Sartori não desiste de tentar vender ou federalizar o banco”, lembra o sindicalista.

Empresas públicas na mira
Dentro da lógica privatista que marca sua administração, o governador já deixou clara sua intenção de vender as grandes empresas públicas gaúchas – como CEEE, Sulgás, Corsan, CRM e o Banrisul, considerado a “jóia da coroa” do RS pelo mercado.

Resistência
Travado pela resistência do SindBancários, Fetrafi e demais sindicatos, Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público e setores da sociedade gaúcha, assim como pela necessidade de realizar um plebiscito sobre a privatização, o governo perdeu algumas batalhas na Assembleia Legislativa e na opinião pública.

RFF
Mas Sartori ainda não desistiu de incluir o Banrisul no plano de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RFF) do governo federal, que trata da dívida do estado com a União, e seria uma solução imediatista para seu desgoverno. De acordo com a projeção da Secretaria da Fazenda, isso representaria um “alívio financeiro” de R$ 11,3 bilhões até 2020.

Bola de neve da dívida
A adesão ao tal regime prevê a suspensão do pagamento das parcelas da dívida com a União pelo prazo de até 36 meses, prorrogável pelo mesmo período. Ótimo negócio para o final do governicho de Sartori, mas péssimo para o Rio Grande do Sul. Isto porque durante estes três anos os juros da dívida continuariam a crescer. E ao final do triênio terão virado uma imensa bola de neve. Quer dizer, a renegociação aumentará a dívida global do Estado, e ficaríamos sem nossas estatais que geram dividendos. Falando claro: um bom negócio só para incompetente administração de Sartori, mas um péssimo negócio para o RS e a população gaúcha.

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