Bancários se mobilizam em defesa da Caixa 100% pública


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Nesta quarta-feira, 23 de agosto, empregadas e empregados da CAIXA se mobilizam, em todo o Brasil, para combater o desmonte promovido pelo governo Temer no banco público. Em Belo Horizonte, o Sindicato realizou um ato em frente à agência Século, no centro da capital mineira, para defender a CAIXA 100% pública e por melhores condições de trabalho.

Durante a manifestação, foi entregue à população uma carta aberta para explicar que o desmonte da CAIXA trará prejuízos para o desenvolvimento do país e para toda a sociedade brasileira. O Sindicato também está coletando assinaturas em um abaixo-assinado em defesa do banco.

A carta aberta afirma que “O governo Temer vem tomando uma série de medidas que levarão ao desmonte total da Caixa Econômica Federal como banco público. Agências na sua cidade, ou no seu bairro, estão em risco de serem fechadas por uma decisão política desse governo, que também está reduzindo os investimentos na construção de moradias e a capacidade de atendimento pessoal à população. Estas medidas prejudicam o caráter do banco enquanto instituição pública e fazem com que a Caixa descumpra seu papel social”.

Os ataques do governo Temer ao banco vão desde a redução no quadro de empregados, reestruturações e verticalização até a privatização de setores da CAIXA e a redução nos programas sociais. Confira:

Venda da Lotex (Loterias) – O leilão da Lotex (loteria instantânea, responsável pela “raspadinha”) está previsto para ocorrer até o fim deste ano, tirando bilhões do banco destinados a projetos em áreas como cultura, esporte, educação e segurança pública. Entre 2011 a 2016 as loterias arrecadaram R$ 60 bilhões, dos quais R$ 27 bilhões foram estes programas.

Redução nos programas sociais – O governo Temer vem cortando investimentos em setores essenciais como saúde e educação. Ele reduziu os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 45%. Esse dinheiro do PAC alimenta vários programas sociais, entre os quais o Minha Casa, Minha Vida. Também o Bolsa Família encolheu em 543 mil famílias beneficiadas no último mês de julho.

Financiamento habitacional – No financiamento habitacional, a CAIXA reduziu os limites para imóveis novos de 90% para 80%, e usados de 70% para 60%. Além de atingir aqueles financiamentos com recursos FGTS (programa Minha Casa, Minha Vida e linhas Pró-Cotista e CCFGTS), altera também os do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE).

FGTS e FAT – Existe uma campanha em curso na mídia comercial para que os bancos privados fiquem com a gestão dos recursos do FGTS e FAT, o que acabaria com os investimentos desses montantes para a sociedade.

Reestruturação, terceirização e piora no atendimento – Além de mexer no papel da CAIXA como banco público, o governo está mexendo internamente, piorando as condições de trabalho e tentando retirar direitos dos empregados. Foi anunciado o fechamento de agências e aberto programa de demissão voluntária; ou seja, o banco vai operar com menos gente, o que afetará o atendimento aos clientes e usuários. Os trabalhadores podem ter seu plano de saúde e fundo de pensão modificados para pior e ainda serem substituídos por terceirizados – a terceirização ilimitada é outro ataque do governo a todos os trabalhadores brasileiros.

Verticalização – Muitos empregados que hoje prestam atendimento à população serão direcionados para a prospecção de clientes de alta renda e para a venda de produtos, repetindo a estratégia das instituições privadas. O modelo de gestão vai contra o papel social do banco e prejudica o atendimento prestado aos brasileiros.

GDP – A CAIXA iniciou a ampliação do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) para todos os empregados. A medida combina mecanismos perversos de ascensão/descenso na carreira com a redução de pessoal, o que torna os ambientes cada vez mais hostis, com mais sobrecarga de trabalho, mais pressão, assédio moral e adoecimento. Entre os vários pontos previstos no normativo e considerados inadmissíveis e inegociáveis pelas entidades representativas, está a assinatura de acordo individual entre o bancário e o banco.

Atos semanais

Os empregados da CAIXA realizarão atos semanais, todas as quartas-feiras, para denunciar o desmonte dos bancos públicos realizado pelo governo Temer.

“Vamos resistir a qualquer forma de ataque aos nossos direitos e ao patrimônio do povo brasileiro. É inaceitável que um governo ilegítimo destrua direitos conquistados e um banco público que é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A agenda do golpista Temer visa apenas atender aos interesses do mercado e dos bancos privados, deixando de lado o papel social da CAIXA, prejudicando diretamente os empregados e o atendimento à população. Estamos mobilizados para combater o desmonte e contamos com o apoio dos bancários e de toda a população”, afirmou a presidenta do Sindicato, Eliana Brasil.

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